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Novo estudo em pacientes com mieloma múltiplo recém diagnosticado

Consolidação inicial com transplante de células-tronco hematopoiéticas versus regime carfilzomibe, ciclofosfamida e dexametasona seguido de manutenção com carfilzomibe em pacientes com mieloma múltiplo recém diagnosticado.

Análise dos resultados do estudo clínico de não-inferioridade, randomizado de fase 2 CARDAMON na terapia de pacientes com mieloma múltiplo recém diagnosticado

Escrito por: Caroline Ishihama Suzuki

Revisado por: Paulo Henrique Cavalcanti

O tratamento padrão de pacientes recém diagnosticados com mieloma múltiplo inclui indução com bortezomibe, melfalano de alta dose acompanhada de transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas (HSCT) e manutenção com lenalidomida. Nos últimos anos, estudos investigam a não inferioridade do tratamento desses pacientes com esquemas terapêuticos na ausência do HSCT visto que, apesar dos avanços nos cuidados de suporte, o HSCT continua associado a taxas consideráveis de morbidade, tempo de recuperação e uma pequena taxa de mortalidade.

Sendo assim, o estudo fase 2 CARDAMON avaliou a terapia com indução, consolidação e manutenção baseadas no carfilzomibe, sem a realização do HSCT em comparação com o mesmo regime de indução, seguido de HSCT autólogo e manutenção.

Os participantes do estudo receberam quatro ciclos de carfilzomibe, ciclofosfamida e dexametasona (KCd), seguido de mobilização de células-tronco sanguíneas periféricas. Os pacientes que apresentaram pelo menos resposta parcial foram randomizados para receber metafalano de alta dose e HSCT autólogo ou quatro ciclos adicionais de KCd. Todos os participantes também receberam 18 ciclos de carfilzomibe de manutenção. O estudo teve como objetivo identificar a não inferioridade do regime sem HSCT em relação àquele que continha HSCT. Os desfechos primários analisados foram a proporção de pacientes com pelo menos resposta parcial muito boa após a indução e a taxa de sobrevida livre de progressão após dois anos.

Os resultados do estudo mostraram que, após a indução, 57,7% dos pacientes apresentaram resposta parcial muito boa ou melhor. Além disso, a taxa de sobrevida livre de progressão em dois anos foi de 75% no grupo HSCT e 68% no grupo sem HSCT. Sendo assim, não foi atingida a margem de não inferioridade. Adicionalmente, os eventos adversos mais comuns foram linfocitopenia e infecções.

Dessa forma, os resultados demonstram que o regime KCd não atingiu os critérios de não inferioridade em relação ao HSCT, mas as margens de diferenças observadas sugerem a realização de estudos adicionais sobre a possibilidade do tratamento sem HSCT autólogo no subgrupo de pacientes com doença residual mínima negativa após a terapia com indução.

Referências: 

  • Yong K, Wilson W, de Tute RM, et al. Upfront autologous haematopoietic stem-cell transplantation versus carfilzomib- cyclophosphamide- dexamethasone consolidation with carfilzomib maintenance in patients with newly diagnosed multiple myeloma in England and Wales (CARDAMON): a randomised, phase 2, non-inferiority trial. Lancet Haematol. 2023 Feb;10(2):e93-e106.
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