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Doses reduzidas de Bosutinibe podem ser efetivas e menos tóxicas em pacientes com leucemia mieloide crônica

Dose inicial de bosutinibe de 400 mg melhora a tolerabilidade em pacientes com leucemia mieloide crônica recém-diagnosticados, em fase crônica, sem comprometer a eficácia

Escrito por Germano Glauber de Medeiros Lima

O uso dos inibidores de tirosina-quinase (ITKs) na leucemia mieloide crônica (LMC) modificou o curso natural desta doença, transformando-a de uma doença letal em uma enfermidade crônica e controlável com medicação oral.

Bosutinibe é um ITK de segunda geração com disponibilidade oral, que apresenta maior potência contra o BCR:ABL1 quando comparado ao imatinibe, ITK de primeira geração e primeiro da classe a ser utilizado em LMC. Em ensaios clínicos, o bosutinibe demonstrou eficácia clínica e um perfil de segurança gerenciável em pacientes adultos com LMC em fase crônica (LMC-FC) resistentes ou intolerantes à terapia anterior. A dose aprovada de bosutinibe neste cenário é 500 mg uma vez ao dia. No entanto, a despeito de excelente opção terapêutica, muitos pacientes descontinuam a medicação em virtude de efeitos adversos, como diarreia, náuseas e vômitos.

Dois estudos de fase 3 (BELA e BFORE) compararam doses iniciais de bosutinibe de 500 mg e 400 mg uma vez ao dia, respectivamente, com imatinibe, em adultos com LMC-FC recém-diagnosticada. Já o ensaio de fase 2 B1871048 avaliou bosutinibe 400 mg uma vez ao dia em pacientes japoneses. Foi realizada, então, uma análise farmacocinética retrospectiva dos pacientes incluídos nesses estudos, onde foi avaliado o impacto de uma dose inicial mais baixa de bosutinibe (400mg) nos principais resultados de eficácia (resposta molecular maior cumulativa – RMM, e resposta citogenética completa cumulativa – RCC) e segurança.

Ao total 573 e 574 pacientes foram incluídos nas análises de desfechos de eficácia e segurança, respectivamente. RCC e RMM cumulativos foram similares ao longo dos estudos entre pacientes que receberam doses de 400 ou 500mg, com tendência a menor número de efeitos adversos e descontinuações em pacientes com dose reduzida, o que levanta a hipótese de que uma dose de 400mg pode ser eficaz e segura para pacientes com LMC-FC recém-diagnosticados. 

Os autores do trabalho então concluem que, a despeito das limitações do trabalho, retrospectivo, com dados obtidos de trabalhos com diferentes metodologias e objetivos, o uso de bosutinibe em doses de 400 mg uma vez ao dia melhorou a tolerabilidade sem comprometer a eficácia em pacientes adultos recém-diagnosticados com LMC-FC.

Referência: 

  1. Garrett, M., Knight, B., Cortes, J. E., & Deininger, M. W. (2023). Population modeling of bosutinib exposure-response in patients with newly diagnosed chronic phase chronic myeloid leukemia. Cancer medicine, 12(17), 17981–17992. https://doi.org/10.1002/cam4.6439
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