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Valemetostato de regime único em um ensaio aberto de fase 2 para adultos com Leucemia-linfoma de células T refratários ou recidivados.

Dados publicados na revista Blood demonstrou que o tratamento com valemetostato apresentou eficácia clínica e tolerabilidade promissoras em pacientes com Leucemia-linfoma de células T refratários ou recidivados

Escrito por: Andréia Ávila Soares de Oliveira

Revisado por: Guareide Carelli

A leucemia-linfoma de células T do adulto (LTA) é um tipo de linfoma não-Hodgkin que acomete linfócitos T maduros em pacientes infectados com o vírus humano T-linfotrópico tipo 1 (HTLV-1).  Apesar de ser considerada endêmica em diversas regiões do mundo, geralmente os pacientes não são elegíveis ou não apresentam respostas duráveis quando submetidos aos tratamentos disponíveis atualmente, o que evidencia, portanto, a necessidade de novas alternativas.

O tosilato de valemetostato (valemetostato) – um inibidor de proteínas intensificadoras do homólogo de zeste 1 (EZH1) e 2 (EZH2) demonstrou segurança aceitável além de evidências de eficácia em um estudo de fase 1 conduzido com pacientes refratários e ou recidivados para linfomas não-Hodgkin, incluindo a LTA. Com o objetivo de obter aprovação regulatória, na fase 2 do estudo, 25 pacientes com idade média de 69 anos diagnosticados com LTA refratários ou recidivados (subtipos: aguda, linfoma ou forma crônica desfavorável) e histórico de tratamento prévio com mogamulizumabe, quimioterapia citotóxica ou lenalidomida, foram recrutados em diferentes localidades do Japão. O tratamento consistiu na administração de 200 mg de valemetostato/dia por via oral até a progressão da doença ou ocorrência de toxicidade inaceitável. 

Após um acompanhamento médio de 6,5 meses, o tratamento atingiu seu desfecho primário de taxa de resposta geral em 48% dos pacientes, sendo que 20% apresentaram resposta completa e 28% apresentaram resposta parcial. Nos subgrupos, a taxa de resposta foi de 62,5% nos pacientes com LTA do tipo aguda, 16,7% em pacientes com LTA do tipo linfoma, e de 33,3% na forma crônica. As taxas de resposta entre os pacientes que receberam terapia prévia com mogamulizumabe, pacientes refratários ao mogamulizumabe e pacientes que receberam tratamento com lenalidomida foram similares, sendo respectivamente de: 45,8%, 50% e 50%. A eficácia do tratamento também foi avaliada de acordo com o compartimento da doença, sendo que 50% dos pacientes com lesões nodais ou extra nodais apresentaram resposta ao tratamento, enquanto em pacientes com lesões cutâneas ou a ocorrência da doença no sangue periférico, a resposta foi de 42,9% e 88,9%, respectivamente. A mediana da duração da resposta (DDR) não foi atingida dentro do período do estudo. Já a sobrevida livre de progressão (SLP) foi de 7,4 meses e 16,4 meses foi o tempo de sobrevida global (SG) dos pacientes que receberam tratamento com valemetostato. 

Todos os pacientes apresentaram algum tipo efeito adverso (EA), que incluiu principalmente trombocitopenia (80%), anemia (52%), leucopenia (20%), linfopenia (24%) e neutropenia (28%). A maioria dos eventos de trombocitopenia não requereram redução da dose ou interrupção do tratamento, enquanto os demais EAs foram controlados com cuidados de suporte e/ou alteração de dose.

Em resumo, os autores sugeriram que frente ao potencial terapêutico do valemetostato para o tratamento da LTA em pacientes previamente submetidos a múltiplos tratamentos, incluindo o mogamulizumabe, mais investigações serão realizadas em relação ao uso deste medicamento em pacientes com LTA refratários ou recidivados. 

Referências: Izutsu K, Makita S, Nosaka K, et al. An open-label, single-arm phase 2 trial of valemetostat for relapsed or refractory adult T-cell leukemia/lymphoma. Blood. 2023; 141(10):1159-1168. https://doi.org/10.1182/blood.2022016862.

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