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Estudo COMMANDS: luspatercepte versus alfaepoetina para o tratamento de anemia em pacientes com síndromes mielodisplásicas de baixo risco

Neste vídeo, Dr. Fábio Pires, Médico Hematologista do Hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, apresenta dados do estudo COMMANDS que avaliou o uso de luspatercepte para o tratamento de pacientes com síndromes mielodisplásicas cuja terapia com agentes estimulantes de eritropoiese falhou.

Pacientes com Síndromes Mielodisplásicas de Baixo Risco (LR-MDS) que necessitam de transfusão de hemácias muitas vezes sofrem com anemia crônica, morbidade elevada, sobrecarga de ferro, e baixa taxa de sobrevida. Agentes Estimulantes de Eritropoiese (ESA) são utilizados como tratamento padrão para contornar esse quadro, entretanto, muitos pacientes são inelegíveis para tal opção, ou o próprio tratamento apresenta respostas transientes.

Visto a necessidade de uma terapia eficaz para pacientes com anemia e LR-MDS, o principal foco do trabalho foi verificar a segurança e eficácia do luspatercepte em indivíduos virgens de tratamento com ESA. 

Para tanto, foram recrutados pacientes com dezoito anos ou mais, com eritropoietina sérica em concentração inferior a 500U/L, e que necessitaram de transfusão de hemácias. Os indivíduos receberam doses de 1mg/kg a 1,75mg/kg de luspatercepte a cada três semanas, ou doses de 450IU/kg a 1000IU/kg de alfaepoetina semanalmente, por 24 semanas ou mais. 

Estão elencados alguns dos resultados do tratamento de 178 pacientes que receberam luspatercepte (mediana de 42 semanas) e 178 que receberam alfaepoetina (mediana de 27 semanas):

  • Ausência de necessidade de transfusão de hemácias e aumento da concentração de hemoglobina em pelo menos 1,5g/dL durante as 24 semanas iniciais do estudo em 58,5% (86/157) dos pacientes que receberam luspatercepte, contra 31,2% (48/154) dos pacientes que receberam alfaepoetina (p-valor < 0,0001). Resultados similares, favorecendo o uso de luspatercepte, também foram encontrados em todos os subgrupos avaliados;
  • O tratamento com luspatercepte favoreceu a melhora hematológica eritroide após oito semanas e resultou na ausência da necessidade de transfusão de hemácias em diferentes avaliações temporais.
  • O tempo de ausência da necessidade da transfusão de hemácias foi significativamente superior no grupo tratado com luspatercepte (126,6 semanas) contra o grupo tratado com alfaepoetina (77 semanas), tanto para os pacientes no geral, quanto para aqueles que apresentavam ou não sideroblastos em anel.
  • O tratamento com luspatercepte foi mais eficaz que a terapia com alfaepoetina em pacientes com mutações nos genes SF3B1, SF3B1α, ASXL1, TET2, DNMT3A, EZH2, IDH2, e U2AF1, independente da carga mutacional.
  • Quatro pacientes (2,2%) sob tratamento com luspatercepte e cinco pacientes (2,8%) sob tratamento com alfaepoetina progrediram para Leucemia Mieloide Aguda. As taxas de morte globais foram de 18% (32 pacientes) no grupo luspatercepte e 18,2% (32 pacientes) no grupo alfaepoetina.

Os eventos adversos de qualquer grau foram reportados em 164 (92,1%) dos pacientes que receberam luspatercepte e 150 (85,2%) dos pacientes que receberam alfaepoetina, sendo o tratamento descontinuado em 4,5% e 2,3% dos casos, respectivamente. Os eventos adversos mais comuns entre os pacientes que receberam luspatercepte incluíram fadiga (14,6%), diarreia (14,6%) e hipertensão (12,9%). Já os pacientes que receberam alfaepoetina apresentaram astenia (14,2%), diarreia (11,4%) e anemia (9,7%) como eventos adversos mais frequentes.

Portanto, o luspatercepte apresentou superioridade em relação à alfaepoetina, resultando em melhoras significativas nos parâmetros hematológicos de pacientes com síndromes mielodisplásicas de baixo risco virgens de tratamento com agentes estimulantes de eritropoiese que requereram transfusões de hemácias. Além disso, não foram observados novos eventos adversos, e o perfil de segurança da droga foi condizente com o observado em estudos anteriores.

No vídeo, o especialista comenta de forma detalhada os principais dados desse estudo, abordando como esses resultados podem impactar a prática clínica. Confira o conteúdo completo. 

Referência: Della Porta et. al, 2023. LUSPATERCEPT VERSUS EPOETIN ALFA FOR TREATMENT (TX) OF ANEMIA IN ESA-NAIVE LOWERRISK MYELODYSPLASTIC SYNDROMES (LR-MDS) PATIENTS (PTS) REQUIRING RBC TRANSFUSIONS: DATA FROM THE PHASE 3 COMMANDS STUDY. Apresentado no congresso da European Association of Hematology, em 2023. Informações do Ensaio Clínico: NCT03682536.

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