EHA® 2025 – Nova estratégia em WM refratária: degradador de BTK mostra 100% de resposta.

Estudo CADANCE-101 revela atividade precoce e manejabilidade de BGB-16673.

Diretamente do EHA 2025, a Dra. Natalia Zing, hematologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, destacou os resultados atualizados do estudo de fase 1 CADANCE-101, que avalia o degradador de BTK BGB-16673 em pacientes com macroglobulinemia de Waldenström (WM) em recidiva ou refratariedade a múltiplas linhas de tratamento.

A WM é uma neoplasia linfoplasmocítica rara, de diagnóstico desafiador e curso clínico variável. No estudo em questão, participaram 30 pacientes com mediana de idade de 72 anos, todos fortemente pré-tratados — a maioria já havia recebido inibidores de BTK covalentes (como ibrutinibe), além de inibidores de BCL2 e BTK não covalentes.

Os resultados mostraram-se bastante promissores. A taxa de resposta global foi de 100%, com tempo de resposta inferior a um mês na maioria dos casos. Além da rapidez de resposta, foi observada uma tendência à profundidade de resposta ao longo do seguimento, embora este ainda seja limitado (mediana de 8 meses). A sobrevida livre de progressão (PFS) ainda não foi alcançada.

Em termos de segurança, embora tenham sido relatados eventos adversos frequentes, como neutropenia, contusões e diarreia, estes se mostraram gerenciáveis e com baixo impacto clínico. Notavelmente, não foram relatados casos de neutropenia febril, um dado relevante para esse perfil de pacientes idosos e com múltiplas comorbidades.

A introdução de degradadores de BTK, como o BGB-16673, representa uma nova classe terapêutica de atuação profunda e seletiva, que pode superar mecanismos de resistência associados aos inibidores covalentes tradicionais. Assim, mesmo em fase inicial de investigação, o estudo CADANCE-101 aponta para um potencial novo pilar terapêutico em uma população com opções até então limitadas.