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EHA® 2025 – Estudo PERSEUS: adição de daratumumabe leva a respostas mais profundas e prolongadas no mieloma múltiplo elegível ao transplante

Dados atualizados apresentados pelo Dr. Philippe Moreau reforçam os benefícios da combinação Dara-VRd, com maior taxa de negativação sustentada da MRD e melhora significativa na sobrevida livre de progressão.

Durante o EHA 2025, o Dr. Philippe Moreau, do Hospital Universitário de Nantes, apresentou novos dados do estudo de fase 3 PERSEUS, que avaliou pacientes elegíveis ao transplante autólogo no tratamento de primeira linha do mieloma múltiplo. O foco principal da apresentação foi a taxa de negativação sustentada da doença residual mínima (MRD) e sua correlação com a sobrevida livre de progressão (PFS).

O PERSEUS comparou dois esquemas: o regime padrão VRd (bortezomibe, lenalidomida e dexametasona) com manutenção por lenalidomida, e o mesmo regime com a adição de daratumumabe em todas as fases — indução, consolidação e manutenção. Nesta última, havia a possibilidade de interrupção do daratumumabe após dois anos de negativação sustentada da MRD (nível de 10-5).

Os dados apresentados reforçam o benefício clínico do esquema quádruplo com daratumumabe. Aos 48 meses, a sobrevida livre de progressão foi de 84% no braço Dara-VRd, com hazard ratio de 0,42 em comparação ao VRd. Além disso, apenas 3% dos pacientes nesse braço apresentaram progressão precoce (até 18 meses após o início do tratamento), contra cerca de 7% no braço controle — um dado relevante para identificar e mitigar o chamado “risco funcional elevado”.

Em relação à negativação sustentada da MRD, os resultados também foram marcantes. No braço com daratumumabe, 75% dos pacientes atingiram MRD negativa a 10^-5, contra 45% no VRd. Dois terços dos pacientes alcançaram negativação em nível mais profundo (10^-6). E mais importante: aproximadamente dois terços dos pacientes tratados com Dara-VRd mantiveram MRD negativa por pelo menos um ano — o dobro em relação ao VRd —, resultado associado a uma PFS de 95% em quatro anos. Já entre os que mantiveram MRD negativa por dois anos, a PFS alcançou 98%, com taxa de resposta sustentada também dobrada no grupo com daratumumabe.

Esses achados confirmam o papel crescente da negativação sustentada da MRD como marcador robusto de benefício clínico duradouro. A adição de daratumumabe ao tratamento padrão proporciona respostas mais profundas e duradouras, reduz o risco de progressão precoce e eleva de forma significativa o prognóstico de pacientes com mieloma múltiplo elegíveis ao transplante.

Veja o vídeo completo:

Referências:

Moreau P, Rodríguez-Otero P, Dimopoulos MA, Beksac M, Perrot A, Broijl A, et al. Subcutaneous daratumumab plus bortezomib/lenalidomide/dexamethasone in transplant-eligible newly diagnosed multiple myeloma: Analysis of minimal residual disease (abstract 7502). EHA 2025; Abstract 7502, oral presentation

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