EHA® 2025 – Odronextamabe em linfoma folicular recidivado/refratário: dados de longo prazo do estudo ELM-2

ORR de 80%, com 74% de respostas completas, mediana de PFS de 23 meses e sobrevida global acima de 4 anos em pacientes politratados.

Durante o congresso EHA 2025, realizado em Milão, a Dra. Natalia Zing, hematologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, destacou os dados atualizados do estudo ELM-2, que avaliou o uso do anticorpo biespecífico odronextamabe (anti-CD20 x CD3) em pacientes com linfoma folicular grau 1 a 3A, recidivado ou refratário. O estudo incluiu 157 pacientes, todos previamente expostos a anticorpos anti-CD20 e agentes alquilantes, com uma mediana de três linhas de tratamento anteriores. A população avaliada incluiu 50% de pacientes com progressão dentro de 24 meses (POD24) e 50% com refratariedade primária, além de 34% previamente submetidos a transplante de células-tronco hematopoéticas.

O regime consistiu em escalonamento de dose (step-up), indução intensiva e manutenção contínua até progressão ou toxicidade limitante. A taxa de resposta global (ORR) foi de 80%, com 74% dos pacientes alcançando resposta completa. A mediana de sobrevida livre de progressão (SLP) foi de 23 meses, e a mediana de sobrevida global (OS) superou 4 anos. A duração mediana de resposta foi de 28 meses. Análises exploratórias demonstraram que pacientes com resposta completa e DNA tumoral circulante (ctDNA) indetectável na semana 12 apresentaram desfechos significativamente superiores.

Quanto ao perfil de segurança, síndrome de liberação de citocinas (CRS) foi observada em 50% dos pacientes, sendo majoritariamente de grau 1 ou 2, com manejo eficaz por meio de corticosteroides e tocilizumabe. ICANS foi raro, registrado em apenas um paciente. Infecções, incluindo COVID-19, foram observadas ao longo do estudo, refletindo o contexto epidemiológico e a imunossupressão da população. O uso profilático de imunoglobulinas e antimicrobianos foi recomendado em diversos casos.

Os dados reforçam o papel do odronextamabe como uma alternativa terapêutica eficaz e duradoura para pacientes com linfoma folicular fortemente tratados, oferecendo respostas profundas mesmo em populações de alto risco.